Desde a Constituição de 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou por um processo de descentralização, transferindo responsabilidades para os municípios. Essa mudança reforçou a importância das ações locais na garantia do direito à saúde. No entanto, desafios como a judicialização e a rotatividade de gestores ainda persistem.
Em 12 de fevereiro de 2025, a Fiocruz promoveu o evento “Gestão Municipal no SUS no Ciclo 2025-2028”, destacando estratégias para os próximos anos. Eduardo Melo, do Observatório do SUS, ressaltou a necessidade de capacitação contínua para superar obstáculos estruturais.
Uma das iniciativas mencionadas foi o curso “Ser Gestor SUS”, que capacitou mais de 13 mil profissionais em sua primeira edição. Ferramentas como essa são essenciais para fortalecer a eficiência administrativa e a qualidade dos serviços.
Principais Pontos
- O SUS é gerido de forma descentralizada desde 1988.
- Os municípios têm papel central na operação do sistema.
- Eventos como o da Fiocruz discutem desafios futuros.
- Capacitação profissional é fundamental para melhorias.
- Iniciativas educativas já impactaram milhares de gestores.
O que é gestão municipal SUS e por que ela é importante
A organização da saúde no Brasil depende diretamente da atuação das secretarias municipais saúde. Elas são responsáveis por colocar em prática as políticas nacionais, garantindo acesso à saúde pública de qualidade para todos.
Definição e fundamentos legais
A Lei 8.080/1990 estabelece as bases para a atuação dos municípios no SUS. Segundo o artigo 198 da Constituição, eles devem organizar e executar serviços locais, seguindo diretrizes nacionais.
Três instrumentos são essenciais:
- Plano Municipal de Saúde: define metas e prioridades
- Programação Anual (PAS): detalha ações e recursos
- Relatório de Gestão: avalia resultados alcançados
O Decreto 7.508/2011 complementa essas normas, reforçando a importância do planejamento gestão integrado entre os entes federativos.
O papel dos municípios na saúde pública
As cidades têm a obrigação constitucional de investir pelo menos 15% do orçamento em ações de saúde. Essa regra, conhecida como EC 29, garante recursos mínimos para o funcionamento do sistema.
Um exemplo bem-sucedido vem de Quissamã (RJ). A secretária Delba Barros implementou melhorias na rede de atenção básica, com:
- Fluxos organizados de atendimento
- Capacitação constante das equipes
- Monitoramento de resultados
Essa experiência mostra como o compromisso local pode transformar a realidade da saúde pública.
Como funciona a gestão municipal SUS na prática
A implementação do SUS nos municípios exige ferramentas eficientes e profissionais qualificados. Com desafios complexos, a rotina dos gestores envolve planejamento estratégico e ações diretas para garantir serviços de qualidade.
Instrumentos e ferramentas essenciais
Os municípios utilizam sistemas integrados para monitorar indicadores de saúde. Plataformas como o e-SUS AB ajudam no registro de atendimentos e na análise de dados.
Outros recursos importantes incluem:
- Planejamento Participativo: Envolve a comunidade na definição de prioridades
- SIGA Saúde: Sistema de gestão financeira e orçamentária
- Relatórios Dinâmicos: Permitem ajustes rápidos nas estratégias
Casos de sucesso e experiências locais
Em Nova Iguaçu (RJ), a integração entre unidades básicas e hospitais reduziu filas em 35%. A secretária Maria da Conceição destacou:
“A capacitação das equipes e o uso de tecnologia foram decisivos para melhorar o acesso.”
Outro exemplo vem de Campinas (SP), onde o planejamento estratégico diminuiu em 40% os processos judiciais relacionados à saúde.
O curso “Ser Gestor SUS” e sua relevância
Com carga horária de 180 horas, o programa forma profissionais para os desafios atuais. A edição 2025 inclui módulos sobre:
Módulo | Conteúdo | Duração |
---|---|---|
Saúde Digital | Ferramentas tecnológicas | 12h |
Financiamento | Fontes de recursos | 15h |
Emergências em Saúde | Protocolos de crise | 10h |
Metodologias ativas, como podcasts e ebooks, facilitam o aprendizado. Mais de 13 mil participantes já foram certificados, comprovando o impacto do desenvolvimento profissional.
As inscrições estão abertas no portal Conasems, com vagas limitadas.
Desafios da gestão municipal SUS no ciclo 2025-2028
O próximo ciclo de administração do sistema de saúde brasileiro enfrentará obstáculos complexos. Dados recentes mostram que a combinação de fatores financeiros e humanos exige soluções inovadoras para manter a qualidade dos serviços.
Financiamento e judicialização
O subfinanciamento crônico é uma realidade. Segundo Arthur Chioro, da Ebserh, são necessários R$ 32 bilhões anuais apenas para custeio básico. Esse valor garantiria o funcionamento mínimo das unidades de saúde em todo o país.
A judicialização agrava o problema. Em 2023, São Paulo gastou R$ 480 milhões com ações judiciais relacionadas a medicamentos. Esse valor poderia ser investido em prevenção e infraestrutura.
Rotatividade de gestores e capacitação
A pesquisa da Ensp/Fiocruz revela um turnover de 68% nos cargos. Conforme o Conasems, 72% dos profissionais têm menos de 2 anos de experiência. Essa instabilidade prejudica a continuidade das políticas públicas.
O Ceará implementou um programa de mentoria que já capacitou 124 servidores. A iniciativa mostra como o desenvolvimento profissional pode reduzir os impactos da rotatividade.
Para 2025, está prevista a expansão do curso “Ser Gestor SUS” para 25 mil vagas. Com carga horária de 180 horas, o programa aborda desde saúde digital até gestão de crises.
“A qualificação constante é a chave para superar os desafios estruturais.”
Conclusão
O fortalecimento do sistema de saúde brasileiro depende de ações estratégicas e capacitação profissional. A combinação de treinamentos contínuos e o uso de ferramentas digitais mostra-se essencial para superar os desafios atuais.
O evento da Fiocruz em 12/02/2025 será uma oportunidade para secretarias municipais trocarem experiências. A transmissão ao vivo permitirá o acesso de gestores de todo o país, reforçando a importância do trabalho em rede.
Até 2026, estima-se que 25% dos profissionais da área serão capacitados por plataformas online. Essa expansão do ensino a distância promete reduzir desigualdades regionais e melhorar a qualidade dos serviços.
Para participar do curso “Ser Gestor SUS” ou acompanhar o evento, acesse o portal da Ensp. O canal no YouTube também disponibilizará conteúdos exclusivos sobre inovações na saúde pública.
FAQ
Qual é o objetivo principal da gestão municipal SUS?
Quais são os principais desafios enfrentados pelos gestores municipais?
Como o curso "Ser Gestor SUS" pode ajudar os profissionais?
Qual é o papel das secretarias municipais de saúde?
Quais instrumentos são usados para melhorar a eficiência na administração pública?

Especialista em Gestão e Administração, reconhecida por sua abordagem estratégica e foco em resultados sustentáveis.Com formação em Administração de Empresas e MBA em Gestão Estratégica de Negócios, Amanda atuou por mais de 10 anos no desenvolvimento de projetos corporativos que integraram inovação, liderança e eficiência operacional. Conhecida por sua habilidade em transformar ambientes organizacionais por meio de planejamento estruturado, gestão de pessoas e controle de indicadores, Amanda se tornou referência em programas de capacitação empresarial e consultorias voltadas à melhoria contínua. Sua visão sistêmica e seu comprometimento com a excelência a tornaram uma figura essencial no cenário da gestão moderna.